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Espero que eu possa contribuir com o que você está procurando! Aceito sugestões para postagens!! Abraços!!

30 de abr. de 2010

Piadas

A loira subiu no coqueiro num dia de chuva só pra ver como é que a água entrava no coco!!
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A loira, a morena e a ruiva tentavam chegar à outra margem de um rio. Depois de muito pensar, a loira caiu na água e atravessou o rio a nado. A ruiva avistou uma canoa e imediatamente remou até a outra margem.A morena foi até a ponte que ficava a uns 5 metros dali e atravessou o rio!

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O garotinho retorna da escola e o pai pergunta: -Filho, não era hoje que você ia trazer seu boletim?
O garotinho responde imediatamente: -É hoje sim pai, é que eu emprestei pra um colega que queria dar um susto no pai dele!

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O cara morreu e foi parar no inferno! Olha para o diabo e pergunta: - E as mulheres daqui, aonde ficam? O diabo responde: -Aqui não tem mulheres!
-E onde foi que você arrumou esse chifre?

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O pai olha para o boletim do filho e fica desolado! -No meu tempo, nota baixa era motivo de punição com uma boa surra!
O filho todo animado: Taí pai, gostei da idéia! Se você quiser a gente pode ir à casa da professora agorinha mesmo!!!

28 de abr. de 2010

Luiza Mahin


Luiza Mahin


A descrição de Luiza Mahin é escassa, despertando, assim, a curiosidade dessa africana de etnia mina-jeje que participou de uma das maiores rebeliões negras e muçulmanas — a Revolta dos Malês, em 1835.
Sobre o ano de nascimento de Luiza Mahin, não dá para definir. Ela teria vindo para o Brasil embarcada no Forte de El-Mina, ou São Jorge da Mina, localizado no antigo reino de Daomé. Os escravizados enviados para lá eram, em geral, prisioneiros de guerra ou capturados na região de Biad-Es-Sudan — em grande maioria praticantes do islamismo.
Outro dado interessante é que o Mahin do sobrenome dela, na verdade, é referente à sua descendência da etnia mahi — povo ioruba, também de Daomé. E outra informação não confirmada é que ela poderia ser uma princesa, por isso o grau de formação política que tinha.
A descrição física de Luiza Mahin é comum em qualquer fonte de informação: negra, baixa, magra e bonita; de personalidade forte, solidária, mas um tanto sofrida. Profissionalmente, era vendedora de quitutes e teria obtido a liberdade em 1812. Essa data é colocada como referência de seu nascimento, mas sem documentos oficiais para confirmação.
Religiosamente, Luiza era muçulmana, negando-se sistematicamente a ser submetida aos ritos católicos. Era letrada em árabe e lia o Alcorão, sendo, inclusive, responsável pela disseminação das palavras do profeta Maomé entre os negros não convertidos.
Unida com um grupo de mais de 600 pessoas, participou da organização da frustrada Revolta dos Malês, de 1835. Na madrugada do dia 25 de janeiro, após meses de arregimentação e planejamento, pretendiam instalar em Salvador um governo teocrático inspirado no Islã. O evento tinha motivação nas jihads — guerras santas —, que, simultaneamente, na África, visavam a destituição de governantes coniventes com a escravidão e, do ponto de vista islâmico, de infiéis.
A estratégia ruiu como um castelo de cartas, ao ser delatado ou relatado por Guilhermina, outra personagem polêmica: há quem diga que ela fez isso sob tortura; outros, que ela teria procurado o marido, que, sendo um dos participantes da organização, ausentava-se sempre à noite, despertando seu ciúme; e outros ainda dizem que ela teria procurado o juiz de paz de Salvador — pois devia favores a ele — e, de posse da informação, foi retribuir. E uma nova versão responsabiliza um marceneiro afro-brasileiro de ter denunciado o grupo.
Enfim, os historiadores são unânimes em dizer que a Revolta dos Malês seria fatalmente derrotada, pois não contava com o apoio de toda a população negra, já que os organizadores buscaram apenas os convertidos ao Islã e determinadas etnias africanas. Os excluídos, temerosos de um governo negro, mas islâmico, imaginaram que seriam inclusive perseguidos pelos vitoriosos pela adesão ao catolicismo ou às religiões de matriz africana.
O certo é que Luiza Mahin foi surpreendida com seu grupo pela força policial, e, obrigados a se lançarem em combate sem o elemento-surpresa, foram derrotados. Ela e outras lideranças conseguiram escapar da perseguição, e Luiza partiu para o Rio de Janeiro, deixando Luis Gama, com apenas 5 anos, aos cuidados de seu pai verdadeiro.
O destino de Luiza Mahin é apenas sugerido. Há rumores de que tenha participado de outros movimentos de insurreição na capital do Império e que, dessa vez capturada, foi detida e deportada para a África. O próprio Luis Gama tentou por toda a vida ter informações do destino de sua mãe, mas sem sucesso.

Abdias do Nascimento


Abdias do Nascimento


Abdias do Nascimento foi um dos fundadores da Frente Negra Brasileira (importante movimento iniciado em São Paulo), em 1931: criou o Teatro Experimental do Negro (TEN), em 1944; foi secretário de Defesa da Promoção das Populações Afro-brasileiras do Rio de Janeiro, deputado federal pelo mesmo estado em 1983 e senador da República em 1997.
É autor de vários livros: Sortilégio, Dramas para Negros e Prólogo para Brancos, O Negro Revoltado, entre outros.
É professor benemérito da Universidade do Estado de Nova York e doutor honoris causa pelo Estado do Rio de Janeiro.
Abdias do Nascimento é, sem dúvida, um fundamental militante no combate à discriminação racial no Brasil. Sua história confunde-se com as conquistas sociais dos negros nos últimos sessenta anos.
Abdias nasceu no interior de São Paulo, na cidade de Franca, em 14 de março de 1914. Filho de uma doceira e de um sapateiro, desde cedo aprendeu a lutar por seus ideais e objetivos. Foi protagonista de vários fatos históricos, como a criação do Movimento Negro Unificado, em São Paulo.

Alzira Rufino


Alzira Rufino


Alzira Rufino nasceu em Santos (São Paulo, Brasil), em 06 de julho de 1949. De família negra e pobre, tendo trabalhado desde criança, aos 17 anos foi admitida em um hospital como auxiliar de cozinha. Ficou na função por dois anos, período em que ganhou seu primeiro prêmio literário. Aos 19 anos, iniciou os estudos na área da saúde. Dedicando-se seriamente, galgou os diferentes níveis de sua área de atuação, até graduar-se em Enfermagem.
Em março de 1985, organizou a primeira Semana da Mulher da Região da Baixada Santista, reunindo todas as organizações de mulheres. Em 1986, fundou o Coletivo de Mulheres Negras da Baixada Santista, um dos mais antigos grupos de mulheres negras do Brasil. Em 1990, fundou a Casa de Cultura da Mulher Negra (CCMN).
Alzira é ialorixá, poeta e presidente da Casa de Cultura da Mulher Negra e tem recebido inúmeras homenagens e distinções, dentre elas: do Conselho Nacional da Mulher Brasileira, da Câmara Municipal de Santos e da Câmara Municipal do Cubatão; indicada por organizações brasileiras para integrar a delegação não-governamental para a Conferência Mundial de Direitos Humanos, em Viena. Em 2005, foi uma das mil mulheres indicadas para o Prêmio Nobel da Paz 2005. Recebeu homenagem da Subcomissão do Advogado Negro (Subseção Santos/SP da Ordem dos Advogados do Brasil); foi homenageada, juntamente com a CCMN, pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, com o Prêmio Zumbi dos Palmares; recebeu o Troféu Anid (Ação Negra de Integração e Desenvolvimento), na cidade de Barueri/SP.
Desde 1992, a ativista é fellow da Ashoka, tendo coordenado a Rede Feminista Latino-americana e do Caribe contra a Violência Doméstica, Sexual e Racial, na sub-região Brasil (de 1995 a 1998). A Casa de Cultura da Mulher Negra (CCMN), presidida por Alzira, foi a primeira ONG brasileira a ser credenciada pela OEA (OAS), em 2001.
Tem publicado artigos em jornais e revistas brasileiras e do exterior. Ganhou diversos prêmios de poesia em nível local e nacional e tem publicações de poesia, ficção e ensaios.

José Correia Leite


José Correia Leite


Nascido em 23 de agosto de 1900, o fundador do jornal O Clarim da Alvorada, José Correia Leite, ergueu-se como um símbolo imperecível que prova, de forma eloqüente, a tenacidade e a natureza insubmissa dos afro-descendentes. Imaginem, os senhores, o que seria de penoso e desgastante fazer um jornal dedicado exclusivamente para negros pelos idos da década de 20; pois foi o que José Correia Leite e Jayme de Aguiar tiveram a audácia de fazer. José Correia Leite era um negro simples, dotado de uma argúcia, de uma capacidade de percepção da dura realidade que envolvia um descendente de escravo que pretendesse transpor a linha ou os limites da cor impostos a ele por uma sociedade branca, machista, escravagista e usurpadora. Poucos homens de sua estatura humilde, mas altiva — como ele mesmo dizia: “Eu sou um autodidata” —, podem estabelecer-se como uma luminosa referência no centro das dramáticas trepidações que fizeram com que a primeira, ou a Velha República, viesse a ruir inapelavelmente da forma que se deu de 1890 a 1930, como se verificou com a vida amarga, mas gloriosa, de José Correia Leite. (...) Como epicentro desses acontecimentos, nós podemos ter um corte amplo e profundo na carnadura da vida social, econômica, política e cultural de São Paulo, do Brasil e do mundo dos dias em que esse extraordinário personagem viveu, quando os episódios se projetaram em nossa etnia de modo quase cinematográfico. Portanto, ler o livro de José Correia Leite, tão bem escrito e interpretado pelo escritor, teatrólogo e ensaísta Cuti (Luiz Silva), intitulado... E Disse o Velho Militante José Correia Leite, é uma maneira deleitosa e instrutiva de se enriquecer de novos conhecimentos.

André Rebouças


André Rebouças


Nascido na Bahia, seguiu a carreira de engenheiro, tornando-se o responsável por importantes obras ferroviárias, portuárias e de saneamento em diversas províncias do Brasil. Foi militante do movimento abolicionista junto com José do Patrocínio, tendo fundado, com Joaquim Nabuco, o Centro Abolicionista da Escola Politécnica, onde era professor e jornalista. Amigo íntimo de Carlos Gomes, registrou em seus diários fatos importantes da carreira do maestro no Brasil e na Europa. Intercedeu diversas vezes junto ao Imperador Pedro II e a políticos brasileiros, solicitando ajuda financeira para encenações das óperas do maestro. Rebouças era presença constante na casa da família Gomes, em Milão, sendo padrinho de batismo de Carlos André. Defensor da Monarquia e leal a Pedro II, após a Proclamação da República, exilou-se em Funchal, na Ilha da Madeira, onde morreu em 1898.

Luiz Gama


Luiz Gama


Luiz Gonzaga Pinto da Gama (Salvador/BA, 1830 – São Paulo/SP, 1882) era filho de escravos e foi vendido pelo pai, em 1840, por causa de uma dívida de jogo. Comprado em leilão pelo alferes Antonio Pereira Cardoso, passou a viver em cativeiro em Lorena/SP. Em 1847, foi alfabetizado por Antonio Rodrigues do Prado Júnior, hóspede de Antonio Pereira Cardoso. No ano seguinte, fugiu da fazenda e foi para São Paulo/SP. Lá, casou-se, por volta de 1850, e freqüentou o curso de Direito como ouvinte, mas não chegou a completá-lo. Em 1864, fundou o jornal Diabo Coxo, do qual foi redator. O periódico era ilustrado pelo italiano Angelo Agostini, considerado marco da imprensa humorística de São Paulo. Entre 1864 e 1875, colaborou nos jornais Ipiranga, Cabrião, Coroaci e O Polichileno. Fundou, em 1869, o jornal Radical Paulistano, com Rui Barbosa. Sempre utilizou seu trabalho na imprensa para a divulgação de suas idéias antiescravistas e republicanas. Em 1873, foi um dos fundadores do Partido Republicano Paulista, em Itu/SP. Nos anos seguintes, teve intensa participação em sociedades emancipadoras, na organização de sociedades secretas para fugas e ajuda financeira a negros, além do auxílio na libertação, nos tribunais, de mais de 500 escravos foragidos. Por volta de 1880, foi líder da Mocidade Abolicionista e Republicana.

Cuti

Cuti


Cuti é pseudônimo de Luiz Silva — poeta, ensaísta e escritor negro. Nasceu em Ourinhos, interior de São Paulo, em 31 de outubro de 1951. É um dos mais engajados militantes da literatura afro-brasileira. Formou-se em Letras (Português–Francês) pela Universidade de São Paulo em 1980 e pós-graduou-se em Teoria da Literatura no Instituto de Estudos da Linguagem (Unicamp). Autor de livros como Poemas da Carapinha e Batuque de Tocaia (edição do autor), foi um dos fundadores e membro do Quilombhoje Literatura — grupo paulistano de escritores surgido em 1980 e dedicado a discutir e aprofundar a experiência afro-brasileira na literatura — e um dos criadores e mantenedores da série Cadernos Negros, “nascida no bojo de um incipiente movimento que pretendia dar continuidade à histórica epopéia de uma imprensa negra”.
“Democracia racial é uma camisa de força da literatura negra.” O poeta e militante negro Luiz Silva, o Cuti, diz que a falsa idéia da boa convivência faz parte da ideologia racista.

Lélia Gonzalez


Lélia Gonzalez


Lélia Gonzalez viveu intensamente a história política e cultural brasileira. Mineira de nascimento, filha de um ferroviário negro e mãe de origem indígena, empregada doméstica e penúltima de dezoito irmãos, migrou em 1942 para o Rio de Janeiro. Sua trajetória guarda pouca semelhança com a maioria da população negra, pois ascende na década de 70, no Rio de Janeiro, ainda um período de forte repressão dos governos militares. Pioneira nos cursos sobre Cultura Negra, entre os quais se destaca o 1º Curso de Cultura Negra na Escola de Artes Visuais no Parque Lage. Essa escola foi também lugar de expressão de vários artistas e de intelectuais negros. Fez inúmeras viagens pelo Brasil e ao exterior (EUA, países da África, da América Central, do Caribe e da Europa), buscando denunciar o mito da democracia racial brasileira e o regime de exceção em que o Brasil vivia. Sua meta era, enquanto intelectual e ativista, oferecer instrumentos práticos e teóricos de desmonte das opressões vividas pela maioria da população brasileira.

Nelson Mandela


Nelson Mandela


Depois de ter passado 28 anos na prisão e de se tornar um dos presos políticos mais famosos do mundo, Nelson Mandela elegeu-se, em 1994, o primeiro presidente negro da África do Sul, o que representou o fim definitivo do regime do apartheid no país.
Nelson Rolihlahla Mandela nasceu em Umtata, Transkei, em 18 de julho de 1918. Filho do chefe da casa real do Transkei (tribo Tembu), estudou nas universidades de Fort Hare e Witwatersrand. Formou-se em Letras e Direito em 1942. Dois anos depois, ingressou no Congresso Nacional Africano e passou a combater a política racista do apartheid. Julgado por traição de 1956 a 1961, foi absolvido. No ano seguinte, contudo, voltou a ser preso e foi condenado a cinco anos de prisão.
Ainda no cárcere, Mandela foi acusado de subversão, com vários outros acusados, depois que a polícia encontrou, no bairro de Rivonia, em Johannesburg, grande quantidade de armas e equipamentos na sede da ala militar do Congresso Nacional africano. Em junho de 1964, foi condenado à prisão perpétua. Em 1979, Mandela recebeu o Prêmio Jawaharlal Nehru e publicou I Am Prepared to Die (Estou Disposto a Morrer). Onze anos depois, teve sua pena revogada, como conseqüência do plano de abertura política do governo sul-africano, que, pressionado pela opinião pública internacional, aboliu oficialmente o apartheid. O movimento de democratização culminou com a eleição de Mandela para a Presidência da África do Sul, em abril de 1994.

Aleijadinho


Aleijadinho, artista insuperável!


Da união de um arquiteto português, Manoel Francisco Lisboa, e de sua escrava africana Izabel, nasceu, na cidade de Vila Rica, por volta de 1730, Antônio Francisco Lisboa — o Aleijadinho. Considerado filho bastardo, foi alforriado pelo pai no dia em que nasceu.
Como sempre acompanhava o pai e o tio, Antônio Francisco Lisboa, aprendeu, observando-os trabalhar, a desenhar, projetar e esculpir. Logo se tornou ajudante deles e, aos 13 anos, fez seu primeiro projeto, o desenho de um chafariz para o pátio do palácio do governador. A sua primeira encomenda remunerada foi a de esculpir quatro anjos para o andor de São Francisco de Borja, padroeiro de Portugal.
Considerado o marco da arquitetura mineira no século XVIII, pode-se dizer que Aleijadinho dividiu a história do Barroco brasileiro em antes e depois dele. Porém, só teve o seu nome reconhecido depois que o jurista Rodrigo José Ferreira Bretãs resgatou parte de sua biografia, com a ajuda da nora do artista, Joana Lopes, no livro Traços Biográf icos Relativos ao Finado Antônio Francisco Lisboa, de 1858.
Em vez do mármore europeu, esculpia em pedra-sabão. Com a pedra-sabão, foi possível para o escultor desenvolver a complexidade e a delicadeza dos relevos de suas obras; através dela, ele conseguiu transmitir a descontração, a dor, a austeridade e a maldade do ser humano.
Passando um pouco dos 50 anos de idade, já havia sido acometido por uma doença que deformou completamente o escultor, o mais famoso e expressivo do Barroco brasileiro, e que lhe deu o apelido de Aleijadinho.
Esse grandioso artista nos deixa como legado maior o exemplo de que, para um homem com determinação, vontade e um grande espírito de luta, não existem obstáculos.
Antônio Francisco Lisboa faleceu pobre, em novembro de 1814, mas faz-se vivo até os nossos dias através de suas obras, que, testemunhando o passado, enriquecem o presente e acolhem o futuro.

Dandara


Dandara

Dandara foi uma das lideranças femininas negras que lutaram, junto com Zumbi dos Palmares, contra o sistema escravocrata do século XVII. Não há registro do local de seu nascimento, tampouco de sua ascendência africana. Relatos nos levam a crer que nasceu no Brasil e estabeleceu-se no Quilombo dos Palmares ainda menina. Quando os primeiros negros se rebelaram contra a escravidão no Brasil e formaram o Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas, Dandara estava junto com Ganga-Zumba. Participou de todos os ataques e defesas da resistência palmarina. Na condição de líder, Dandara chegou a questionar os termos do tratado de paz assinado por Ganga-Zumba e pelo governo português. Posicionando-se contra o tratado, opôs-se a Ganga-Zumba, ao lado de Zumbi.
Sempre perseguindo o ideal de liberdade, Dandara não tinha limites quando estavam em jogo a segurança de Palmares e a eliminação do inimigo. Chegando perto da cidade do Recife, depois de vencer várias batalhas, Dandara pediu a Zumbi que tomasse a cidade. Sua posição era compartilhada por outras lideranças palmarinas. Para Dandara, a paz em troca de terras no Vale do Cacau era a destruição da República de Palmares e a volta à escravidão. Dandara foi morta, com outros palmarinos, em 6 de fevereiro de 1694, após a destruição da Cerca Real dos Macacos, que fazia parte do Quilombo dos Palmares.

Solano Trindade


Solano Trindade


De todos os escritores negros ligados à coletividade negra brasileira, o que deixou presença mais forte foi Solano Trindade. Foi o primeiro, naquele tempo, a escrever com especificidade, para negros. Solano Trindade era poeta, pintor, teatrólogo, ator e folclorista. Nasceu no dia 24 de julho de 1908, no bairro de São José, no Recife, capital de Pernambuco. Era filho de Manuel Abílio, mestiço, sapateiro, e da quituteira Merença (Emerenciana). Estudou até completar um ano de desenho no Liceu de Artes e Ofícios. A partir de então, começou a escrever. Solano Trindade foi o poeta da resistência negra por excelência.
Em 1940, transferiu-se para Belo Horizonte. Depois, chegou ao Rio Grande do Sul, fixando-se por um tempo em Pelotas, onde fundou, com o poeta Balduíno de Oliveira, um grupo de arte popular. Essa foi sua primeira tentativa de criar um teatro do povo, o que não se concretizou devido à enchente de 1941, que carregou todo o material. Voltou então para o Recife, indo logo depois para o Rio, onde, no “Café Vermelhinho”, detinha-se a discutir e a conversar com jovens poetas e intelectuais, artistas de teatro, políticos e jornalistas. Ali fez sucesso.
Em 1944, editou o livro Poemas de uma vida simples, no qual se encontra o seu declamadíssimo Trem sujo da Leopoldina. Em 1945, fundou o Comitê Democrático Afro-brasileiro, com Raimundo Souza Dantas, Aladir Custódio e Corsino de Brito.
Em 1954, esteve em São Paulo, criando, na cidade de Embu, um pólo de cultura e tradições afro-americanas. Em São Paulo, também fundou o Teatro Popular Brasileiro (TPB), onde desenvolveu uma intensa atividade cultural voltada para o folclore e para a denúncia do racismo. Em 1955, viajou para a Europa com o TPB, onde deu espetáculos de canto e dança. Em 1958, editou Seis tempos de poesia; em 1961, Cantares ao meu povo. Solano Trindade faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1974; sua obra, não! Continuará eternamente viva, como que escrita com brasas na pele escura de todo afro-descendente, mesmo que não queira, mesmo que não saiba.