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28 de abr. de 2010

Luiza Mahin


Luiza Mahin


A descrição de Luiza Mahin é escassa, despertando, assim, a curiosidade dessa africana de etnia mina-jeje que participou de uma das maiores rebeliões negras e muçulmanas — a Revolta dos Malês, em 1835.
Sobre o ano de nascimento de Luiza Mahin, não dá para definir. Ela teria vindo para o Brasil embarcada no Forte de El-Mina, ou São Jorge da Mina, localizado no antigo reino de Daomé. Os escravizados enviados para lá eram, em geral, prisioneiros de guerra ou capturados na região de Biad-Es-Sudan — em grande maioria praticantes do islamismo.
Outro dado interessante é que o Mahin do sobrenome dela, na verdade, é referente à sua descendência da etnia mahi — povo ioruba, também de Daomé. E outra informação não confirmada é que ela poderia ser uma princesa, por isso o grau de formação política que tinha.
A descrição física de Luiza Mahin é comum em qualquer fonte de informação: negra, baixa, magra e bonita; de personalidade forte, solidária, mas um tanto sofrida. Profissionalmente, era vendedora de quitutes e teria obtido a liberdade em 1812. Essa data é colocada como referência de seu nascimento, mas sem documentos oficiais para confirmação.
Religiosamente, Luiza era muçulmana, negando-se sistematicamente a ser submetida aos ritos católicos. Era letrada em árabe e lia o Alcorão, sendo, inclusive, responsável pela disseminação das palavras do profeta Maomé entre os negros não convertidos.
Unida com um grupo de mais de 600 pessoas, participou da organização da frustrada Revolta dos Malês, de 1835. Na madrugada do dia 25 de janeiro, após meses de arregimentação e planejamento, pretendiam instalar em Salvador um governo teocrático inspirado no Islã. O evento tinha motivação nas jihads — guerras santas —, que, simultaneamente, na África, visavam a destituição de governantes coniventes com a escravidão e, do ponto de vista islâmico, de infiéis.
A estratégia ruiu como um castelo de cartas, ao ser delatado ou relatado por Guilhermina, outra personagem polêmica: há quem diga que ela fez isso sob tortura; outros, que ela teria procurado o marido, que, sendo um dos participantes da organização, ausentava-se sempre à noite, despertando seu ciúme; e outros ainda dizem que ela teria procurado o juiz de paz de Salvador — pois devia favores a ele — e, de posse da informação, foi retribuir. E uma nova versão responsabiliza um marceneiro afro-brasileiro de ter denunciado o grupo.
Enfim, os historiadores são unânimes em dizer que a Revolta dos Malês seria fatalmente derrotada, pois não contava com o apoio de toda a população negra, já que os organizadores buscaram apenas os convertidos ao Islã e determinadas etnias africanas. Os excluídos, temerosos de um governo negro, mas islâmico, imaginaram que seriam inclusive perseguidos pelos vitoriosos pela adesão ao catolicismo ou às religiões de matriz africana.
O certo é que Luiza Mahin foi surpreendida com seu grupo pela força policial, e, obrigados a se lançarem em combate sem o elemento-surpresa, foram derrotados. Ela e outras lideranças conseguiram escapar da perseguição, e Luiza partiu para o Rio de Janeiro, deixando Luis Gama, com apenas 5 anos, aos cuidados de seu pai verdadeiro.
O destino de Luiza Mahin é apenas sugerido. Há rumores de que tenha participado de outros movimentos de insurreição na capital do Império e que, dessa vez capturada, foi detida e deportada para a África. O próprio Luis Gama tentou por toda a vida ter informações do destino de sua mãe, mas sem sucesso.

2 comentários:

  1. Goste muito do seu trabalho,estava a procura de informações como estas. atualmente pretendo realizar alguma trabalho neste perfil, apesar de ainda não ter definido o que fazer - preciso de informações da cultura africana.
    Gostaria ter obter informações sobre acotirene, parabens pelo seu trabalho, aqui em SBCAMPO desejo difundir este trabalho na escolas estaduais. BLz
    Contatos ramofelix@limao.co.br

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  2. A mulher da foto é Carolina Maria de Jesus, uma escritora.

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