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28 de abr. de 2010

Solano Trindade


Solano Trindade


De todos os escritores negros ligados à coletividade negra brasileira, o que deixou presença mais forte foi Solano Trindade. Foi o primeiro, naquele tempo, a escrever com especificidade, para negros. Solano Trindade era poeta, pintor, teatrólogo, ator e folclorista. Nasceu no dia 24 de julho de 1908, no bairro de São José, no Recife, capital de Pernambuco. Era filho de Manuel Abílio, mestiço, sapateiro, e da quituteira Merença (Emerenciana). Estudou até completar um ano de desenho no Liceu de Artes e Ofícios. A partir de então, começou a escrever. Solano Trindade foi o poeta da resistência negra por excelência.
Em 1940, transferiu-se para Belo Horizonte. Depois, chegou ao Rio Grande do Sul, fixando-se por um tempo em Pelotas, onde fundou, com o poeta Balduíno de Oliveira, um grupo de arte popular. Essa foi sua primeira tentativa de criar um teatro do povo, o que não se concretizou devido à enchente de 1941, que carregou todo o material. Voltou então para o Recife, indo logo depois para o Rio, onde, no “Café Vermelhinho”, detinha-se a discutir e a conversar com jovens poetas e intelectuais, artistas de teatro, políticos e jornalistas. Ali fez sucesso.
Em 1944, editou o livro Poemas de uma vida simples, no qual se encontra o seu declamadíssimo Trem sujo da Leopoldina. Em 1945, fundou o Comitê Democrático Afro-brasileiro, com Raimundo Souza Dantas, Aladir Custódio e Corsino de Brito.
Em 1954, esteve em São Paulo, criando, na cidade de Embu, um pólo de cultura e tradições afro-americanas. Em São Paulo, também fundou o Teatro Popular Brasileiro (TPB), onde desenvolveu uma intensa atividade cultural voltada para o folclore e para a denúncia do racismo. Em 1955, viajou para a Europa com o TPB, onde deu espetáculos de canto e dança. Em 1958, editou Seis tempos de poesia; em 1961, Cantares ao meu povo. Solano Trindade faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de fevereiro de 1974; sua obra, não! Continuará eternamente viva, como que escrita com brasas na pele escura de todo afro-descendente, mesmo que não queira, mesmo que não saiba.

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